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[Cinema] Os 15 Melhores Filmes de Comédia do Novo Milênio

  • Foto do escritor: Equipe Memento Cine
    Equipe Memento Cine
  • 17 de fev. de 2018
  • 8 min de leitura

Atualizado: 22 de set. de 2018

O ano 2000 trouxe consigo novos conceitos de humor, vindos de uma nova geração de comediantes, roteiristas e cineastas que conseguiam compreender e traduzir a realidade da juventude da virada do milênio e sua infinita capacidade de rir dos mais diversos acontecimentos cotidianos. O humor nessa nova comédia pode ser retirado de um acontecimento comum e mundano ou de situações extremamente absurdas e constrangedoras, foram produzidos filmes para entreter todos os tipos de gostos, tanto o pastelão quanto o intelectual – cada subgênero – teve suas obras de qualidade produzidas e lançadas entre 2000 e 2018, refletindo a diversidade e a visão crítica, elementos protagonistas na vida de quem foi e é jovem nesse momento atual. Essa lista foi produzida com a intenção de salientar as mais interessantes produções cinematográficas de gênero cômico desse período; os 15 filmes citados estão em ordem de lançamento, sem a intenção de separá-los por qualidade.


01. Entrando numa Fria (Meet the Parents, 2000), de Jay Roach.

Uma comédia de pequenas catástrofes. Entrando numa Fria é um raro momento em que um filme produzido para o grande público alcança alto nível de qualidade e, também, arranca muitas risadas sem grande esforço. Gaylord “Greg” Focker (Ben Stiller) é um enfermeiro que já passa por muito constrangimento diário, porém perde completamente o controle do ridículo ao conhecer pela primeira vez os pais de sua namorada, seu sogro Jack Byrnes (um seriamente hilário Robert De Niro) é um ex-agente da CIA paranóico e impenetrável que acaba por influenciar mais acontecimentos vergonhosos causados pelo inseguro genro.


02. Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, 2001), de Wes Anderson.

O filme que estabeleceu Wes Anderson como um dos mais importantes autores do cinema contemporâneo, Os Excêntricos Tenenbaums é o embrião da estética colorida incomum e do encontro de personagens perdidos e confusos (realmente excêntricos) que povoariam suas obras posteriores. O filme é uma bela fusão de humor inesperado e melancolia constante, e seus protagonistas são profundamente verossímeis, apesar de caminharem por um mundo de casa de bonecas. O conto sobre o mentiroso patriarca que reaparece tentando se reaproximar da família que abandonou muitos anos atrás é naturalmente ridícula e risível, mas é bem mais do que isso.


03. Super Tiras (Super Troopers, 2001), de Jay Chandrasekhar.

Super Tiras é a excelência do ridículo, às vezes nos jogando cenas tão vergonhosas que não conseguimos decidir se rimos ou escondemos nossos rostos em constrangimento. Porém o humor que nos é entregue nesse filme não veio de um lugar de estupidez, seu roteiro traz inspiração nos clássicos da Loucademia de Polícia, mas seu exercício no absurdo chega a lembrar o trabalho do grupo britânico Monty Python. Originalmente detestado pela crítica, hoje de tornou cul, afinal, ver um grupo de agentes incompetentes do Estado tentar resolver um grave caso de polícia não pode ser de todo ruim.


04. Zoolander (Idem, 2001), de Ben Stiller.

Ben Stiller criou um clássico moderno da comédia ao lançar o divertidíssimo Zoolander, uma grande crítica ao mundo da moda, disfarçada de comédia pastelão. Derek Zoolander é um descabeçado modelo masculino cultuado como o melhor de seu tempo, mas ao ver seu lugar ameaçado pelo ousado Hansel (atuação jocosa de Owen Wilson) tem a vida virada de cabeça pra baixo. A partir daí ele tem a mente lavada por um grande estilista e é programado para matar o líder político da Malásia, que ameaça dificultar a produção de roupas de grife, feitas com mão de obra escrava em seu país. A história absurda nos tira uma risada atrás da outra com a estupidez de seus personagens, as participações especiais de famosos como David Bowie e Billy Zane e as referências aos grandes nomes do universo fashion, como Anna Wintour e Karl Lagerfeld.


05. Escola de Rock (School of Rock, 2003), de Richard Linklater.

Richard Linklater vem trazendo ao longo dos anos diversos filmes que tem a capacidade inacreditável de nos fazer sentir bem. Seu trabalho sensível sobre nostalgia, saudade, juventude e amadurecimento é construída com maestria obra após obra, e outra coisa que sempre anda junto aos seus filmes é a música. Escola de Rock é sua ótima celebração à infância e ao rock'n'roll, o falso professor substituto interpretado por Jack Black é cômico em sua própria desgraça e, também, admirável em sua dedicação como mentor das talentosas crianças instrumentistas. Hoje, tendo se tornado um dos filmes mais repetidos na televisão, acaba tendo mascarado seu ótimo valor e carisma.


06. Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead, 2004), de Edgar Wright.

A resposta britânica aos filmes de zumbi não poderia ser mais irônica, crítica e criativa. O filme de Edgar Wright - um dos mais inventivos cineastas da atualidade - é ao mesmo tempo, uma hilária paródia dos terrores americanos e também um reflexo da geração confusa e insegura que retrata. Shaun (Simon Pegg) quer reconquistar sua ex-namorada, mas tem que lidar com seu amigo sem noção Ed (Nick Frost) que não faz nada a não ser empacar sua vida, e nos entremeios dessa situação se encontram no estouro de um apocalipse de mortos vivos. O humor inglês de Todo Mundo Quase Morto é pontual e seus personagens maravilhosamente insuportáveis.


07. O Virgem de 40 Anos (The 40 Year Old Virgin, 2005), de Judd Apatow.

O filme de estréia de Judd Apatow continua sendo o seu melhor. Reunindo pela primeira vez alguns de seus atores (e amigos) favoritos: Seth Rogen, Paul Rudd e Leslie Mann e os colocando ao lado do genial Steve Carell, produziu uma fórmula mágica que vem resgatando na maioria de suas obras seguintes, mesmo que nunca com a mesma graça absurda de O Virgem de 40 Anos. As várias desventuras seguidas do protagonista em busca de perder sua tardia virgindade vão fincando mais e mais cômicas, entre elas: a depilação, a experiência com pornografia e a confusão com as camisinhas estão entre as mais engraçadas. E apesar de tudo, a sensibilidade sempre presente em Steve Carell faz com que o filme carregue uma magia a mais.


08. Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, 2006), de Larry Charles.

Borat é a criação hedionda e brilhante de Sacha Baron Cohen para o filme de Larry Charles; o personagem é tão profundamente ofensivo, nojento e constrangedor que nos faz duvidar todo o tempo se o que estamos vendo é genial ou absurdo. Porém, polêmicas à parte, a construção desse filme é tão inesperada que é no mínimo impressionante, nunca sabemos se o que está acontecendo na tela é roteirizado ou improvisado, muitas vezes parece um reality show cinematográfico feito para constranger a classe conservadora americana (o que por si só já é magnífico). Se o espectador tiver estômago e não sofrer demais com vergonha alheia, será com certeza uma experiência muito divertida.


09. Eu Sou um Cyborg, e Daí? (Ssa-i-bo-geu-ji-man-gwen-chan-a/ I'm a Cyborg, But That's Ok, 2006), de Park Chan-wook.

Comédia está muito longe de ser um gênero que associamos ao genial cineasta coreano Park Chan-wook, rei dos violentos filmes de vingança e crime, porém essa sua pequena empreitada pelas comédias-românticas é poética, melancólica, romântica, engraçada e bastante estranha. Reconhecemos a assinatura do diretor em pequenos elementos da sinopse: a história se passa em um hospital psiquiátrico, a protagonista acredita piamente que é um ciborgue e tem alucinações em que mata a todos a sua volta com as armas embutidas em seu corpo. Com doses razoáveis de drama, o humor de Eu Sou um Cyborg, e Daí? vem principalmente do estranho romance da protagonista com o personagem interpretado pelo superastro coreano Rain, que com a ingenuidade de uma criança, aprende como amá-la.


10. Saneamento Básico, o Filme (2007), de Jorge Furtado.

O filme de Jorge Furtado é provavelmente um dos mais engraçados da história do cinema nacional. Saneamento Básico, o Filme é o resultado de um roteiro divertido e caricato com um superelenco de atores: Fernanda Torres, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, entre outros. A história conta sobre uma ideia não muito bem pensada dos protagonistas de fazer um filme a fim de conseguir fundos para o saneamento da pequena cidade sulista em que vivem; a incompetência com que constroem seu curta de ficção científica aliado a falta de noção da maioria dos personagens dá um resultado maravilhoso, entretenimento de primeira qualidade.


11. Superbad: É Hoje (Superbad, 2007), de Greg Mottola.

Jonah Hill e Michael Cera são dois dos mais talentosos e engraçados atores dessa geração, e em Superbad estão em sua melhor forma interpretando dois amigos inseparáveis em busca de diversão antes de se separarem para a vida universitária. Uma comédia de erros adolescente aparentemente tradicional, até policiais incompetentes, sangue menstrual e carteiras de identidade falsas entram em cena. O filme de Mottola traz os questionamentos tradicionais dos coming of age ao estilo John Hughes, as inseguranças, ciúmes e flertes, entretanto com muita embriaguez, xingamentos e humor escatológico. Extremamente engraçado, esse é um filme que entrega muito mais do que esperamos antes de vê-lo.


12. Trovão Tropical (Tropic Thunder, 2008), de Ben Stiller.

Depois de criticar o mundo da moda em Zoolander, Ben Stiller ataca o universo cinematográfico em seu genial Trovão Tropical. Aqui vemos o astro de ação em busca do reconhecimento em papéis dramáticos, o ator de comédias pastelão altamente viciado em drogas, o rapper se aventurando nas telas, o jovem ator em seu primeiro grande papel, e o method actor altamente premiado que nunca sai de seu personagem e ofende a todos interpretando um homem negro. Nesse filme Stiller utiliza figuras símbolos e a irrealidade em que vivem as estrelas de Hollywood para parodiar com um roteiro hilário os absurdos da indústria. Chamo também a atenção para Tom Cruise - irreconhecível e brilhante - interpretando um grande produtor rude, violento e abusivo, nos fazendo lembrar certas pessoas.


13. Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids, 2011), de Paul Feig.

Talvez o filme mais engraçado desde Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu!, com sua sucessão de acontecimentos espetacularmente absurdos e engraçados, tirando o ar do espectador que gargalha quase constantemente. Missão Madrinha de Casamento é um filme feminino, protagonizado por mulheres e caracterizando diferentes tipos de mulheres americanas, e talvez seja a combinação com essa feminilidade que faz com que seu humor escatológico, extremo e absurdo seja tão inesperado e impressionante. Annie (interpretada pela ótima Kristen Wiig) é a dama de honra do casamento de sua melhor amiga Lillian (Maya Rudolph), mas o conflito que começa entre ela e Helen (a fantástica Rose Byrne), uma das madrinhas e mais recentes amigas da noiva, cria uma irreversível competição de constrangimentos e vergonhas sem fim. Uma obra-prima do humor, uma das grandes comédias da história do cinema. P.S.: E não esqueçamos a espetacular Melissa McCarthy, em sua atuação indicada ao Oscar.


14. Frances Ha (Idem, 2012), de Noah Baumbach.

Noah Baumbach é um dos grandes nomes do cinema indie, parceiro artístico de Wes Anderson, e óbvio discípulo de Woody Allen e Robert Altman; Frances Ha é uma de suas obras-primas, co-escrita e estrelada por sua musa Greta Gerwig, com ótimas interpretações de Mickey Sumner e Adam Driver. O filme é um herdeiro raro das comédias inteligentes dos anos 1970, trazendo um humor sensato e intelectualizado, mesmo que a vida e as desventuras de Frances sejam as mesmas da grande maioria das mulheres de sua geração. Baumbach e Gerwig trazem as inseguranças das pessoas comuns em suas obras, a tela em que pintam é o cotidiano ordinário, e retirar daí um humor tão elegante é um trabalho brilhante.


15. Viagem das Garotas (Girls Trip, 2017), de Malcolm D. Lee.

Uma celebração às mulheres negras e um divertidíssimo produtor de gargalhadas. Viagem das Garotas é um casamento perfeito das comédias deliciosas de Queen Latifah com os absurdos constrangedores ao estilo Missão Madrinha de Casamento, o filme não é nada menos do que hilário, quando achamos que já vimos a cena mais engraçada possível, outra vem em seguida para nos fazer gargalhar. A bem sucedida Ryan Pierce (Regina Hall, da franquia Todo Mundo em Pânico) resolve se reconectar com suas melhores amigas após anos sem se reunirem, e convida para uma viagem à Nova Orleans a jornalista de fofoca Sasha (Queen Latifah), a enfermeira e mãe Lisa (Jada Pinkett Smith) - que não se relaciona com ninguém desde seu divórcio - e a impulsiva e descontrolada Dina (a sensacional revelação Tiffany Haddish), causando gargalhadas, discussões, bebedeiras, e acontecimentos ridiculamente engraçados envolvendo urina, absinto e toranjas.


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