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[Cinema] Os 15 Melhores Filmes de Fantasia dos Anos 1980

  • Foto do escritor: Equipe Memento Cine
    Equipe Memento Cine
  • 24 de fev. de 2018
  • 9 min de leitura

Atualizado: 22 de set. de 2018


Os anos 1980 foram a era de ouro do cinema de fantasia, onde diversos filmes foram produzidos dos mais criativos aos mais óbvios, com efeitos revolucionários ou extremamente datados. Nesta lista separamos algumas das mais fantásticas histórias do estilo sword and sorcery (espada e feitiçaria), clássicos inspirados em contos medievais, lendas arturianas e mitologia grega, que merecem redescobrimento pelo alto valor cinematográfico, enorme trabalho artístico e pelo divertimento garantido que proporcionam. Os filmes estão organizados pelo ano de lançamento e não por qualidade.


01. Bandidos do Tempo (Time Bandits, 1981), de Terry Gilliam.

O cultuado Terry Gilliam – do visionário grupo de humor Monty Phyton – tem com Bandidos do Tempo uma de suas maiores façanhas cinematográficas. Disfarçado de ingênua história infantil, o filme britânico é uma inteligente obra-prima de imensa criatividade, recheado de humor-negro e um impressionante visual de inspiração barroca. Na trama, um menino de onze anos chamado Kevin encontra um grupo de seis excêntricos anões bandidos, capazes de viajar no tempo e espaço eles levam o garoto para vários momentos históricos, como as guerras napoleônicas e a Grécia da antiguidade. Com um grande elenco de astros como Sean Connery, Shelley Duvall, Ian Holm, Ralph Richardson e os colegas de Monty Phyton: John Cleese e Michael Palin. A obra de Gilliam é uma aventura fantástica que leva o gênero da fantasia a outro nível, imperdível, estonteante e original.

02. O Dragão e o Feiticeiro (Dragonslayer, 1981), de Matthew Robbins.

O melhor filme já feito sobre dragões é essa inesperada e charmosa produção dirigida por Matthew Robbins. Uma co-produção entre a Paramount e a Disney, O Dragão e o Feiticeiro é diferente de outras superproduções hollywoodianas da época, apesar da temática fantasiosa grandiosa, parece despretensioso e foge do ritmo acelerado comum aos filmes de ação americanos, tem uma visão mais adulta do gênero, com violência e leve erotismo, figurinos e direção de arte sem exageros e efeitos especiais práticos fantásticos (Vermithrax Pejorative tem, talvez, um dos designs mais belos do cinema). Um feiticeiro, seu aprendiz, uma jovem disfarçada de homem e um dragão, isso é o suficiente para criar uma grande obra de fantasia; O Dragão e o Feiticeiro é inesquecível.


03. Excalibur (Idem, 1981), de John Boorman.

John Boorman é um dos cineastas mais subestimados do cinema mundial, tendo produzido, dirigido e roteirizado diversos filmes admiráveis, em diversos gêneros cinematográficos diferentes. Seus clássicos À Queima-Roupa (marco da Nova Hollywood), Amargo Pesadelo (thriller icônico e de tirar o fôlego) e Esperança e Glória (uma delicada “dramédia” sobre a Segunda Guerra Mundial pelos olhos de um menino) são inesquecíveis, porém sua maravilhosa aventura pelo mundo da fantasia ainda é – para muitos – seu filme mais conhecido. A mais elegante e fiel adaptação do mito arturiano, Excalibur é entretenimento puro, bonito de se ver e cheio de criatividade. Rei Arthur, Lancelot, Gwenevere, a bruxa Morgana e o mago Merlin iluminam a tela dando vida com respeito e charme a uma das mais famosas lendas da história, já parte essencial da cultura ocidental.

04. Fúria de Titãs (Clash of Titans, 1981), de Desmond Davis.

Um divertidíssimo Filme B – que alcançou status cult com o passar dos anos – Fúria de Titãs é um dos melhores filmes sobre mitologia grega feitos no cinema. O uso delicioso de efeitos em stop motion (criados pelo gênio Ray Harryhausen, responsável pelos clássicos Jasão e o Velo de Ouro e Mil Séculos Antes de Cristo) traz charme e carisma para o filme, enquanto os veteranos Laurence Olivier, Maggie Smith e Burgess Meredith equilibram a atuação canastríssima do protagonista Harry Hamlin (algo até divertido). Apesar do filme omitir o lado mais violento e pesado do mito de Perseu, não falha em homenagear os deuses olímpicos e seus heróis com graça e diversão. Um clássico.


05. Conan, o Bárbaro (Conan the Barbarian, 1982), de John Milius.

Conan, o Bárbaro foi um grande sucesso do cinema americano nos anos 80. O hit cinematográfico estrelado por Arnold Schwarzenegger, apesar de não ter alcançado aclamação crítica, tornou-se um dos mais adorados pelo público, e foi o primeiro papel de sucesso do astro austríaco. O grande charme do filme de John Milius é seu aspecto kitsch, seu exagero imagético, figurinos caricatos, cabelos longos e esvoaçantes e direção de arte excessiva; um banquete para os fãs de filmes cult ou que, pelo menos, se tornaram cult com o passar dos anos. Grandes atores como James Earl Jones, Max von Sydow e o fantástico ator japonês Mako, participam, adicionando atratividade ao filme, com graça, humor e drama. Conan, o Bárbaro pode não ser uma grande obra-prima em qualidade, mas é ótimo entretenimento.

06. O Cristal Encantado (The Dark Crystal, 1982), de Jim Henson e Frank Oz.

Os deuses dos fantoches Jim Henson e Frank Oz, responsáveis por personagens dos Muppets e da Vila Sésamo, criaram o clássico da fantasia O Cristal Encantado. Um filme feito sem atores, completamente interpretado por bonecos e fantoches, um mundo criado inteiramente do zero com atenção total aos detalhes, figurinos complexos e um ambiente trabalhado em luz, cores e sombras. A história reconta uma lenda sobre um poderoso cristal mágico, que um dia se quebrou, jogando o planeta em uma era de trevas e fazendo surgir duas poderosas espécies: os maldosos Skeksis e os bondosos Mystics, e também lançando a profecia de que no futuro um Gelfling (frágil espécie de pequenos elfos) vai reunir o cristal e salvar a humanidade. A aventura de Jen, o último de sua espécie, é mítica, encantadora e apaixonante, O Cristal Encantado é uma obra-prima que necessita ser redescoberta.

07. Krull (Idem, 1983), de Peter Yates.

Já chamado de “derivado de Excalubur encontra Star Wars”, Krull demorou para ter o reconhecimento que merece. O filme não foi bem na bilheteria, falhando em pagar o custo de sua produção, e ficou bem longe de agradar a crítica (com algumas exceções), mas o tempo e o culto dos fãs ajudaram – levemente – a trazê-lo para um patamar de apreciação mais alto. Peter Yates construiu em seu trabalho um dos mais diferenciados usos do swashbuckler (arquétipo de personagem de capa e espada, heroico e idealista que protege e salva os oprimidos e necessitados), trazendo seu protagonista para uma mistura curiosa de fantasia medieval e ficção científica, onde ele – um príncipe – deve salvar sua noiva das garras de uma criatura alienígena que mora em uma fortaleza voadora que nunca para de se teletransportar para diferentes lugares. Krull é mais melancólico e, quem sabe, mais sofisticado que a maioria dos filmes do gênero da época, sendo inspirado em aventuras espaciais clássicas, nos mitos arturianos e também no livro “O Senhor dos Anéis” para compor seu estilo e elegância, montando uma narrativa que vale a pena conhecer.


08. A Companhia dos Lobos (The Company of Wolves, 1984), de Neil Jordan.

Única obra da lista plenamente alinhada com o gênero do terror, o ótimo cineasta irlandês Neil Jordan criou um conto de fadas gótico, assustador e grotesco, mas pleno em significado e bom gosto cinematográfico. A Companhia dos Lobos mostra uma jovem que adormece e passa a ter terríveis pesadelos envolvendo aterrorizantes lobisomens; a grande Angela Lansbury interpreta a avó que alerta sua neta sobre os perigos da vida e dos homens, e é aqui que começamos a compreender o real significado por traz da fantasia do filme: na narrativa quase todos os homens são lobisomens e quem não o é, é mulher, criando um discurso que vem direto da voz da roteirista – e autora do livro em que o filme foi inspirado – Angela Carter, importante escritora britânica feminista. O filme de Jordan é um fantástico trabalho de horror e também uma fortíssima crítica social que não pode ser ignorada.

09. A História Sem Fim (Die unendliche Geschichte/ The NeverEnding History, 1984), de Wolfgang Petersen.

Um menino de dez anos foge de bullies entrando em uma livraria, lá compra um misterioso livro que conta a história de um corajoso rapaz do mundo Fantasia, que luta com um mistério mal, com a ajuda de uma imperatriz infante e diversas criaturas – como o ótimo gigante de rocha Come-Pedra – e cavalga em um sábio dragão da sorte. A História Sem Fim continua sendo uma das mais apaixonantes e adoradas aventuras infanto-juvenis já filmadas, baseada no clássico livro de Michael Ende, foi o primeiro filme em língua inglesa do alemão Wolfgang Petersen (aclamado pelo clássico de guerra O Barco: Inferno no Mar), o alçando a uma interessante carreira hollywoodiana. Aqui no Brasil se tornou um grande clássico da Sessão da Tarde, sendo visto e revisto por crianças das várias gerações que se seguiram, e até hoje, com sua enorme beleza, um tom lúdico e poético, além de momentos tensos e assustadores, continua adorável do começo ao fim.


10. Feitiço de Áquila (Ladyhawke, 1985), de Richard Donner.

Ela é um falcão durante o dia, ele é um lobo durante a noite, apaixonados e destinados a nunca se encontrar. Essa é a premissa inicial de O Feitiço de Áquila, onde acompanhamos o jovem ladrão Philipe Gaston, que foge das catacumbas de Áquila para em seguida encontrar os amaldiçoados protagonistas. Matthew Broderick é divertido e carismático em um de seus primeiros papéis e ilumina a tela contracenando com o chame misterioso de Rutger Hauer e Michelle Pfeiffer. Estonteante, visualmente encantador e muito envolvente, Donner estruturou um dos filmes de fantasia mais impressionantes e admiráveis do cinema americano, que até hoje é esquecido e subestimado; a crítica da época do lançamento se dividiu entre admiradores da beleza da obra e detratores do estilo teatral das atuações (o dito camp). Etéreo, sombrio e bonito, é um grande filme, infelizmente, subestimado.


11. A Lenda (Legend, 1985), de Ridley Scott.

O aclamado Ridley Scott gastou 25 milhões de dólares para criar uma floresta inteiramente em estúdio – pintando folha por folha das árvores a mão – a fim de criar o universo exuberante em que se passa o impressionante A Lenda, que apesar de todo seu atrativo, falhou na bilheteria. O filme é um exercício misterioso em cima das lendas e mitos de origem britânica, povoado de unicórnios, elfos, fadas e goblins, uma aventura protagonizada por Jack (Tom Cruise), um rapaz que passou sua vida na floresta e é capaz de se comunicar com a natureza e sua amada Princesa Lili (Mia Sara), que é sequestrada pelo terrível Lord of Darkness (o sempre brilhante Tim Curry), um demônio que planeja lançar o mundo na escuridão. Cheio de cenas hipnotizantes, sombrias e lúdicas, parece uma sequência de cenas retiradas de sonhos, e também de alguns pesadelos; o que Scott fez com esse filme foi como criar uma versão live action dos maiores clássicos em animação da Disney, é tão magnífico quanto Fantasia.


12. Labirinto – A Magia do Tempo (Labyrinth, 1986), de Jim Henson.

Quando o mago dos fantoches Jim Henson se aliou ao deus camaleônico do rock David Bowie, o produto que saísse do encontro seria obviamente interessante. Labirinto – A Magia do Tempo é um dos maiores clássicos infanto-juvenis da história do cinema, seu misto de aventura, fantasia e musical continua encantando novos espectadores através dos anos, encantando e assombrando com Jareth, o Rei dos Duendes, e todos os seus esforços para impedir que a jovem Sarah recupere seu irmãozinho bebê. Assim como em O Cristal Encantado, Henson cria uma seleção de personagens carismáticos e detalhadamente construídos, entre eles o doce e gigantesco Ludo, o pequenino e enérgico Sir Didymus, e o leal anão Hoggle, que povoam o lindo cenário do labirinto. Auxiliados por Terry Jones (do Monty Phyton) no roteiro e George Lucas na produção, o resultado é atemporal. “Dance magic, dance”.


13. Mio na Terra da Magia (Mio min Mio/ Mio in the Land of Faraway, 1987), de Vladimir Grammatikov.

Quase desconhecido do grande público, Mio na Terra da Magia é um filme sueco, falado em inglês, baseado no livro infantil da célebre Astrid Lindgren (autora dos clássicos de Píppi Meialonga). A história aqui contada é a de um menino órfão solitário chamado Bosse, que descobre na verdade ser o herdeiro do rei da Terra da Magia, um lugar mágico muito distante, onde deve se unir a seu novo amigo Jum-Jum (Christian Bale, aos 12 anos, em seu primeiro papel no cinema) para derrotar o perigoso Kato, vivido pelo mestre do horror Christopher Lee. Uma fantasia clássica, a luta do bem contra o mal através de capas, espadas e magia, belos cenários, paisagens fantásticas, e canção original composta pelos membros do ABBA. Uma pérola que merecia status de cult, porém permanece no esquecimento.


14. A Princesa Prometida (The Princess Bride, 1987), de Rob Reiner.

Um menino está doente, seu avô (o grande Peter Falk) lhe conta uma história, somos então transportados para a maior aventura de fantasia, a maior história de amor de um reino distante, há muitos anos atrás. A Princesa Prometida é um dos maiores clássicos cult da história do cinema, um dos filmes mais memoráveis e encantadores, feito milimetricamente dentro dos elementos mais clássicos da fantasia: um reino de príncipes e princesas, piratas, gigantes, espadachins e feiticeiros. O jovem Westley desapareceu no mar durante um ataque pirata, deixando desconsolada seu grande amor Buttercup, que alguns anos depois é escolhida pelo malicioso príncipe Humperdinck (Chris Sarandon espetacular) para ser sua noiva, sem saber do eminente retorno de Westley, agora um habilidoso pirata. Rob Reiner criou um universo encantado digno de contos de fadas, com cores leves, ambiente ensolarado e figurinos caricatos, e também com trilha sonora de Mark Knopfler, do Dire Straits. Fantástico, cheio de humor e dono de um dos personagens mais inesquecíveis dos anos 1980, o espadachim espanhol Inigo Montoya (Mandy Patinkin), que busca insaciavelmente o assassino de seu pai: um homem de seis dedos.

15. Willow – Na Terra da Magia (Willow, 1988), de Ron Howard.

A agradável história do anão nelwyn Willow Ufgood, que protege a bebê destinada a salvar o reino da maligna rainha feiticeira Bavmorda, não foi o sucesso comercial que seus produtores esperavam. Escrito e produzido por George Lucas, Willow – Na Terra da Magia, foi levado as telas pelo diretor Ron Howard, que – sendo um ex-ator mirim – vinha pavimentando uma carreira de cineasta com pequenas obras divertidas, porém essa produção feita para o sucesso não decolou com a força necessária e sua bilheteria foi apenas suficiente para pagar seu custo de produção. Apesar desse aparente fracasso e das críticas mistas, o filme é uma pérola divertida e agradável de pura fantasia, cheio de magia e cores, direção de arte primorosa com figurinos, maquiagem e cenários detalhados, além de alçar a carreira de Warwick Davis – hoje um dos atores anões de maior sucesso em Hollywood – e de trazer um dos primeiros personagens de verdadeiro destaque para Val Kilmer.


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